
Por: Carlos Lima (Arquivista*)
Atentos como nunca às explicações sobre à relação existente entre documento e memória, 10 estudantes do Ensino Médio do Colégio Estadual Afonso Roquete participaram de uma visita guiada aos acervos do Arquivo Público Municipal nesta sexta-feira (10) no Núcleo Histórico de Paracatu.
A iniciativa da visita foi da Professora de história e Mestra em Antropologia Hilda Freitas Silva (37), que trouxe seus alunos com a missão de que pudessem conhecer o papel desenvolvido pela instituição arquivística municipal junto à comunidade e ao mesmo tempo desvendar alguma possível fonte de pesquisa sobre a famosa e lendária fidalga Mariana Batista.

Durante a visitação, alunos e alunas tiveram a oportunidade de conferir de perto uma listagem datada de 1873 com nomes e outras informações de escravos que pertenceram à senhora Libânia Maria de Jesus bem como a uma certidão de banhos em favor de João Rodrigues Lima expedida pela Vila Real de Sabará em 1736, para fins de casamento.

Fidalga Mariana Batista
Sobre Mariana Batista, escreve Antônio de Oliveira Mello (2008): “Mandaria fundir um cacho de banana, de ouro maciço, em tamanho natural, e remetê-lo-ia, de presente, a D. Maria I, em Portugal” como retribuição ao fato de Sua Majestade ter elevado o então Arraial de São Luís e Sant”Anna das Minas do Paracatu à categoria de Vila [de Paracatu do Príncipe] naquele ano de 1798. Junto às letras de agradecimento, também “viria outorgado o título de Excelentíssima Fidalga, com a determinação de que todos lhe deveriam dar o tratamento e as honras do título”, acrescenta o autor paracatuense sobre Mariana Batista.

(*) Carlos Lima é graduado em Arquivologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), é Pós-Graduado em Oracle, Java e Gerência de Projeto e é conservador e restaurador de documentos. Elaborou este artigo a partir de suas pesquisas nos fundos documentais do Arquivo Público de Paracatu – MG.
Referências
MELLO, Antônio de Oliveira. Minha Terra: Suas lendas e seu folclore. Paracatu: Câmara Municipal de Paracatu. 2008. 546p.
Adoramos a experiência no arquivo. Novamente agradecemos a recepção, os momentos de interação e conhecimentos compartilhados.