Registro de hipotecas de cartas de alforria e imóveis

As carroças e a coleta de lixo em Paracatu no século passado

Há quase um século atrás toda a coleta de lixo em Paracatu era realizada por veículos de tração animal, algo compreensível especialmente por ser a cidade muito menor que em tempos atuais e também por ser o custo daquele meio de transporte, certamente, adequado ao orçamento dos cofres municipais.
Até então sob a responsabilidade da Câmara Municipal e cuja taxa era cobrada junto ao Imposto Predial, o serviço de remoção do lixo já era alvo de reclaração desde 1923, conforme consta do requerimento de isenção da referida cobrança assinado pelo senhor Manoel Belisario de Oliveira, que reclama: “não reluto em pagar o imposto predial porque é razoavel; porém a taxa de lixo, não, porque nunca a carroça da Câmara enconstou em minha porta para apanhar lixo”

A carroças empregadas no serviço de coleta de lixo em 1935 também serviam a outras demandas da municipalidade, como relata o Professor Marcos Spagnuolo, em seu livro Paracatu sua história : “aproximadamente às 12 horas, as carroças eram levadas ao Córrego Rico para serem lavadas, e às 13 horas apanhavam a carne no Matadouro para entregá-las nos açougues”, já que a distribuição daquela proteína animal junto àqueles estabelecimentos comerciais também era de responsabilidade da Prefeitura Municipal. De acordo com a mesma fonte, houve à época “uma denúncia de que a mesma carroça que recolhia lixo, distribuía a carne”, o que certamente teria causado muita polêmica por atentar contra a saúde pública.

Em 1940, a coleta de lixo atendia a 600 prédios (residenciais e comerciais) em 14 logradouros, de forma a ser realizada 1 vez por semana e com o emprego de caixotes, com um total de 300 toneladas de resíduos, em média, recolhidos por ano e queimados fora da cidade, consta do levantamento estatístico sobre o serviço de remoção do lixo domiciliário datado e assinado em julho de 1940 pelo agente de estatística municipal Sr. Edson Jorge dos Santos.

Ofício de nº 42-53-34 datado de 27 de outubro de 1953 assinado pelo Excmo. Sr. Prefeito Municipal Afrânio Salustiano Pereira, traz a importante informação de que “atualmente, três carroças em péssimo estado de conservação, fazem o serviço de remoção de lixo na cidade, com os respectivos animais de tração” e acrescenta o valor dispendido pela municipalidade com aquele serviço: “apenas com a remoção de lixo, a importância de Cr$ 35.000,00 por ano, incluindo pessoal empregado”.

Ofício assinado pelo Excmo Sr. Prefeito de Paracatu Afrânio Salustiano Pereira em 1953 sobre o recolhimento de lixo
Embora o levantamento estatístico de 1940 mencione a utilização de 1 caminhão no serviço de recolhimento do lixo domiciliar por parte da Prefeitura, o que possivelmente teria ocorrido com o intuito acompanhar a demanda proveniente do crescimento populacional e da mudança dos hábitos de consumo, além propiciar maior higiene, é bem verdade que as carroças jamais perderam a sua importância no transporte de resíduos ao longo dos anos, especialmente e mais recentemente, no que se refere à coleta de materiais recicláveis.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 08/02/2022
Referências
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Requerimento de isenção de taxa de lixo junto à Câmara Municipal de Paracatu.1923. 1 fl.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARACATU. Ofício de nº 42-53-34 da Prefeitura Municipal de Paracatu.1953. 1 fl.
SOUZA, Marcos Spagnuolo. Paracatu: Sua história. Paracatu: Humberto Torres, 1999.100p.
O Lyceu Paracatuense

Aos 15 dias de agosto de 1926 surgia o Lyceu Paracatuense, entidade destinada à realização do ensino secundário, conforme consta da cópia da Ata de instalação daquele nobre estabelecimento que se localizara num sobrado alugado na Rua das Flores (hoje Dr. Sérgio Ulhôa), de propriedade das senhoras Antônia e Martinha.

Registra a mesma ATA que entre os que discursaram na cerimônia de instalação, estivera o conhecido tabelião, o Sr. Bernardo de Caparucho de Mello Franco, secretário-tesoureiro e também organizador do Lyceu, o qual proferira que “se rejubilava com a sociedade paracatuense alli representada pelo seu escol, com seus companheiros de cruzada na consecução do Lycêu, ante o successo promissor da sua installação; e que, de todo coração, palpitando de alegrias, agradecia a todos que tomaram parte n’aquella festa”.

Em sessão solene naquela majestosa noite em que se inaugurara o Lyceu Paracatuense, as autoridades presentes, funcionários públicos e o corpo discente prestigiaram, dentre outras manifestações, à apreciada banda musical Fraternidade, que dera “remate a festa de installação do Lycêu, executou o hyno nacional brasileiro, sendo, ao terminar, erguidos vivas ao governo do Estado, do município; a Paracatu e ao Lycêu”.

Um mês após sua implantação, a diretoria daquele instituto de ensino secundário pleiteava junto à Câmara Municipal de Paracatu uma subvenção para que pudesse, dentre outras demandas, “corresponder às múltiplas despesas com o seu custeio, de vez que nelle, Lycêu, leccionam professores como os de música e trabalhos de agulhas, – que são pobres, não tem outros meios de vida, e necessitando de ganhar mensalidades; que sendo concedida uma verba sufficiente, poderão ser contractados dois docentes que dentro do estabelecimento, mantenham a ordem e o ensino” […].
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 02/02/2022
Referência
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Cópia da ATA de instalação do Lyceu Paracatuense. 1926. 2 fls.
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Requerimento de verba junto à Câmara Municipal de Paracatu.1926. 1 fl.
A Guarda Nacional da Comarca de Paracatu

FARIA (1977) define a Guarda Nacional como uma “organização civil para-militar, de origem francesa, implantada no Brasil nos primeiros tempos da Regência, tendo que passar, portanto, por processo de adaptação à realidade local.
Criadas pelo Imperador Dom Pedro II, através da Lei de 18 de Agosto de 1831, “as Guardas Nacionaes são creadas para defender a Constituição, a Liberdade, Independencia, e Integridade do Imperio; para manter a obediência às Leis, conservar, ou restabelecer a ordem, e a tranquilidade publica; e auxiliar o Exercito de Linha na defesa das fronteiras, e costas”, conforme previsto no artigo 1º da respectiva legislação.
Em Paracatu, de acordo com FARIA (1977) a Guarda Nacional fora composta um total de 785 homens, entre os quais 1 Tenente-Coronel, 8 capitães, 8 Primeiros-Sargentos, 72 cabos, 636 Guardas de Serviço Ordinário, com o propósito de garantir a segurança na Comarca local.


No ofício do Fundo Câmara, datado de 19 de agosto de 1918 e oriundo do Comando do 802º de Infanteria da Guarda Nacional da Comarca de Paracatu, o Coronel Dr. Virgílio Uchôa, por ordem superior, faz saber ao Presidente da junta de Alistamento Militar local, Dr. Henrique Itiberê, que por meio da Comissão de alistamento “procedesse neste município [Paracatu] ao alistamento dos cidadãos sujeitos ao serviço militar nas unidades dessa categoria”.
A Guarda Nacional, portanto, representa uma importante face da história da capital do cerrado mineiro, Paracatu, dada a sua grande abrangência político-administrativa, territorial e no extrativismo mineral ao longo dos anos.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 21/01/2022
Referência
BRASIL. Leise Decretos. Lei s/n. de 18 de agosto de 1831. Rio de Janeiro, Typographia Nacional, 1875. p. 49-75.
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Ofício do Comando do 802º de Infanteria da Guarda Nacional da Comarca de Paracatu Cx. 26. 1918. 1 fl.
FARIA, Maria Auxiliadora. A Guarda Nacional em Minas: 1831 – 1873. Disponível em: < https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/24673/D%20-%20FARIA,%20MARIA%20AUXILIADORA.pdf >. Acesso em: 21 Jan. 2022.
Lei Municipal nº 17: A receita e a despesa de Paracatu em 1894

Trinta contos oitocentos e quarenta mil réis era o valor orçamentário da receita e da despesa aprovado pela Câmara Municipal de Paracatu para o exercício de 1894, conforme estabelecia a Lei de nº 17, laboriosamente escrita à mão e assinada em 1893 pelo então Presidente e Agente Executivo Municipal Manoel Caetano Pereira da Rocha no Paço da Câmara Municipal.

O Artigo 2º da respectiva lei orçamentária, em sua folha de nº 2, autoriza as despesas a serem executadas pela municipalidade, com os subsídios do Presidente e Agente Executivo Municipal (responsável por presidir a Câmara e governar a cidade e seus distritos), do Procurador, do administrador do Cemitério Público, da iluminação da cidade e concertos dos lampiões, das eleições, do auxílio a escolas, obras públicas, entre outros. Os vereadores, naquela época, não tinham direito à pecúnia, já que não figuravam entre os gastos públicos daquele ano oitocentista.

A arrecadação municipal, por sua vez, no final do século XIX, era bem diversificada e previa a cobrança de impostos sobre quase tudo e todos, até mesmo, sobre os párocos e sacerdotes que aqui residissem ou adentrassem com o fim de exercerem seu ministério, aponta a mesma lei em seu artigo 3º às folhas 3 e 3 verso. Havia algumas exceções, como por exemplo: Serventes do Cemitério (Parágrafo 40º), espetáculos beneficentes (Parágrafo 41), transporte de frutas e verduras (Parágrafo 90º) e autoridades judiciárias, policiais e municiapais em serviço ex-offício e o eleitorado em ocasião de eleições (Parágrafo 107º).
O parágrafo 92 da dita lei chega aos extremos quando prevê, nas entrelinhas, uma possível cobrança de multa ao afirmar que: “De todo aquelle que vender gêneros de portas fechadas e não pagar os respectivos impostos à bocca do cofre, além d’aquelles à que estiver sujeito pagará mais“.

Aquele que depositasse mercadorias ou materiais em vias públicas, sem prejuízo de sua interdição, também estava sujeito à obrigatoriedade de requerer uma licença para tal ocupação do espaço e como tal, recolher ao erário a quantia de 5 mil réis. Escavações e construção de estradas no perímetro urbano também só podiam ser feitas com a devida permissão e recolhimento de imposto na ordem de 10 mil réis junto à Câmara Municipal, conforme parágrafos 50º e 51º.

Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 30/12/2021
Referência:
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Lei Municipal nº 17 de 21 de Setembro de 1893: Orça a receita e fixa a despesa para o exercício de 1894 em Paracatu . Cx. 25. 1893. 7 fls.
O calçamento da Rua da Capelinha

Os recibos de nºs 2 e 4 emitidos pela Câmara Municipal de Paracatu em 1881 relatam um pouco sobre o serviço de pavimentação da histórica Rua da Capelinha (hoje Pinheiro Chagas), importante ligação entre a Rua Goiás e o Cemitério da Santa Cruz, à época mais conhecido como Cemitério Público.

No manuscrito de nº 4, o fiscal da Câmara, Sr. Balbino dos Reis Sousa, atesta em 7 de junho de 1881 que “a obra está feita como contratou” e o empreiteiro Joaquim de Affonseca Silva confirma o recebimento da “quantia de Cento e quatorze mil duzentos e secenta réis, pela última prestação do serviço do calçamento da rua da Capelinha desta cidade, tendo havido o augmento de oito metros sobre o que foi contratado com a mesma Câmara.”.

O contrato desse serviço fora feito com a Câmara Municipal de Paracatu porque à época este órgão não só legislava e fiscalizava, mas também executava as demandas da cidade e distritos, haja vista que a Prefeitura Municipal fora instituída muito tempo depois, no ano de 1931, com a nomeação do Coronel Quintino Vargas para o cargo de Prefeito. Até então, o governo local era exercido pelo vereador que ocupasse o cargo de Presidente e Agente Executivo da Câmara Municipal.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 23/12/2021
Referência
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Recibo nº 2 de prestação de serviço de calçamento da Rua da Capelinha pago a Joaquim de Affonseca Silva . Cx. 24. 1881. 1 fl.
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Recibo nº 4 de prestação de serviço de calçamento da Rua da Capelinha pago a Joaquim de Affonseca Silva . Cx. 24. 1881. 1 fl.
O Cruzeiro do Largo do Cemitério da Santa Cruz

De acordo com o escritor Antônio de Oliveira Mello (2002), o Cemitério da Santa Cruz fora entregue à população no ano de 1875, vez que no Brasil a proibição de enterrar mortos nos templos religiosos passára a vigorar há 10 anos antes, no período imperial. O referido estabelecimento fora bento naquele mesmo ano por Dom João Antônio dos Santos, Bispo de Diamantina, diocese esta pertecente á Paróquia de Paracatu.

Preservado no Arquivo Público Municipal, consta o recibo de nº 03, datado de 28 de julho de 1875, em que Câmara de Vereadores contrata com o Sr. Domingos da Silva Neiva a quantia de 6 mil e 500 réis para a confecção de “uma cruz que exigio o Exmo. Sr. Bispo Diocesano, para a benção do Cemitério desta cidade”.

Uma laboriosa planta do Cemitério da Santa Cruz, elaborada em virtude de aula prática de topografia durante o Curso de Agrimensura de Paracatu, em 1895, apresenta a localização, dentre outros, dos túmulos, da capela e do cruzeiro erguido na parte frontal daquele histórico “campo-santo”.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 08/12/2021
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Recibo de confecção de cruz para o Cemitério da Santa Cruz pago a Domingos da Silva Neiva . Cx. 24. 1875. 1 fl.
MELLO, Antônio de Oliveira. Cemitério da Santa Cruz de Paracatu: Vestígios da fé, templos de saudade. Paracatu: Academia de Letras do noroeste de Minas e Fundação Municipal Casa de Cultura de Paracatu. 2002. 76p.
Solenidade religiosa “Te Deum” em Paracatu no ano de 1857

No dia 30 de junho de 1857 realizava-se na cidade de Paracatu a solenidade religiosa homônima ao hino cristão “Te Deum” conforme ordenara o então Presidente da Câmara Municipal Major João de Pina e Vasconcelos, por meio do procurador daquela mesma Casa, o vereador Tenente Vicente José Chrispiniano.
Recibo de pagamento datado de 1º de julho de 1857 e assinado pelo Vigário Miguel Archanjo Torres, apresentava parte do valor dispendido pelos cofres públicos para a realização do evento: 63 mil 680 réis pagos ao sacerdote, seus assistentes, além da despesa com 26 e meia libras de cêra, necessárias ao ritual.

Outro recibo datado de 30 de junho de 1857 destaca a participação dos músicos que se apresentaram no ato religioso: “Recebi do Sr. Tenente Vicente José Chrispiniano actual Procurador da Câmara a quantia de 16$000 réis da solenidade do Te Deum, que se fez no dia 30 de junho, em o qual eu e meos companheiros músicos funcionamos, e vencemos a dita quantia”, assinava o recebedor do dito valor, o Sr. José Leonardo de Afonseca.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 07/12/2021
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Conta do Te Deum Laudamus solemne. Cx. 24. 1857. 1 fl.
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Recibo da Solenidade do Te Deum assinado por José Leonardo de Affonseca. Cx. 24. 1857. 1 fl.
Paracatu e seus distritos especiais a partir de 1872

Ofício proveniente da Secretaria da Presidência da Província de Minas Gerais em Ouro Preto, com data de 29 de Fevereiro de 1872, determinava, da seguinte forma, a nova organização da Comarca de Paracatu a partir daquele mesmo ano: “De ordem do Exmo. Sr. Presidente da Província, transmito à V. Sas. a inclusa cópia da portaria datada de hoje, pela qual o mesmo Exm. Sr. resolvêo dividir esse município em três districtos especiaes, para execução da Lei n. 2.033 de 20 de Setembro do anno passado”.

O município de Paracatu dividia-se, a partir então, nas seguintes freguesias: 1ª) de Santo Antônio da Manga de Paracatu e do Guarda-Mór (hoje emancipado), 2ª) Santa Anna do Burity (hoje Buritis), e 3ª) Alegres (hoje é a cidade de João Pinheiro) e Distrito de Catinga (atual distrito de João Pinheiro). A nova organização de Paracatu ocorrera possivelmente por questões relacionadas a atuação do poder judiciário, já que a LEI Nº 2.033, DE 20 DE SETEMBRO DE 1871 apontava para esse lado.

De acordo com o mapa estatístico da Comarca de Paracatu do Príncipe, publicado por volta de 1829 na Revista do Arquivo Público Mineiro, sabe-se que essa jurisdição era composta, naquele ano, pela Vila de Paracatu, Arraial ou Capela de São Sebastião, Distrito de São Domingos, Distrito da Lago ou Pituba, Distrito de Alegres, Distrito da Catinga, Distrito de São Gonçalo e Distrito do Buriti.

O referido documento estatístico ainda traz o quadro do poder judiciário no Termo do Paracatu em 1825: “Há huma Câmara com dous Juízes ordinários, há o ouvidor da Comarca, que serve de Provedor, e hum Juiz de Órfãos, há Escrivam da Câmara, hum Ouvidor, outro dra Provedoria, dous Tabelliaens, e Escrivam de Órfaons, e há hum Guarda Mór, e vários Meirinhos para as Deligências da Justiça”.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 01/12/2021
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Cópia da nova organização político-administrativa do município de Paracatu em 1872. Cx. 20. 1872. 1 fl.
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Ofício da Presidência da Província de Minas Gerais com a ordem para divisão do município de Paracatu em distritos especiais. Cx. 20. 1872. 1 fl.
REVISTA DO ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Ouro Preto, [1829?]
A Estrada Real em Paracatu: O elo entre Minas e Goiás

Em um abaixo-assinado datado de 25 de junho de 1877 destinado à própria Câmara Municipal, os vereadores expunham e reclamavam em prol da reabertura da histórica Estrada Real de Paracatu – via de comunicação estratégica entre as Províncias de Minas Gerais e Goiás – especificamente no trecho conhecido como Chapadinha, à margem do Córrego Rico, reza o curioso manuscrito disponível no Arquivo Público Municipal.

Como o Sr. Valério de Sousa Dias obtivera meses antes (em abril daquele ano) da mesma Câmara Municipal parecer favorável ao fechamento da Estrada Real e construção de uma nova via que a substituísse, fizera-a, contudo, com acentuada curva e outras desvantagens citadas no documento em questão: “visto que acha-se diffícil a commodidade dos viajantes não só pela grande volta que a nova [estrada] offerece, como também pela fragúra onde abrirão-a”, reclamaram os vereadores.

Consta ainda do raro manuscrito que o cidadão outrora contemplado com a devida permissão da Câmara Municipal para alterar o traçado original da clássica Estrada Real em Paracatu, estava intimado “para dentro do prazo de doze dias desse a estrada pronta e as condições em que se obrigou por termo, e da acta da sessão de 30 de Abril do corrente anno, ou dar trânsito livre pela estrada antiga”.


A Estrada Real estava ainda entre as principais vias de comunicação localizadas na Fazenda Bom Sucesso no município de Paracatu. Destaca o agrimensor Pedro Laborne no memorial descritivo da fazenda: “Na estrada real, muito transitada, trafegam carros de bois perfeitamente bem, graças a natureza do terreno”.

A histórica Estrada Real também fez divisa com a Fazenda Pouso Alegre no município de Paracatu. No edital de divisão da respectiva fazenda, publicado no Diário Oficial Minas Gerais de 7 de janeiro de 1922 em sua página de nº 8, menciona-se: “O immóvel, que se compõe de terras de cultura e campos, tem as divisas seguintes: Pelo nascente, com terras de herança de José Pedro de Queiroz, pela estrada real de Goyas e pelo poente pela serra da chapada, quando verte para o córrego do Barreiro e Patrimônio […]”.

Os documentos por hora referenciados e que ilustram de forma muito criteriosa a existência e a utilidade da Estrada Real em Paracatu, revelam-na, portanto, como um importante elo entre Minas e Goiás, tanto do ponto de vista histórico quanto econômico e social.

Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 26/11/2021
Referências
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Abaixo-assinado para reabertura da Estrada Real de Paracatu. Cx. 20. 1877. 1 fl.
COMARCA DE PARACATU. Processo de Divisão da Fazenda Bom Sucesso. Cx. D-03. 1921. 216 fls.
COMARCA DE PARACATU. Processo de Divisão da Fazenda Pouso Alegre. Cx. D-03. 1921. 476 fls.
Traslado de presos da Província de Goiás para Diamantino da Bagagem: O apoio de Paracatu

Em meados do século XIX o traslado de presos pelo interior do Brasil era comumente feito de uma forma nada convencional, a saber a pé ou a cavalo, a depender de várias circunstâncias em que podiam estar envolvidos tais sujeitos em conflito com a lei.
Em 4 de agosto de 1857, o então Chefe de Polícia de Paracatu, João de Pina Vasconcelos, requeria junto ao Presidente da Câmara Municipal, Tenente-Coronel Pedro Antônio Roquete Franco, o apoio financeiro e logístico necessário para ajudar na remoção de presos provenientes da Província de Goiás que aqui se encontravam provisoriamente, para conduzi-los em segurança à Diamantino da Bagagem (Estrela do Sul – MG) e de lá, em momento oportuno, até Vila Rica, a capital da Província de Minas Gerais.

Justifica Vasconcelos seu pedido à Câmara Municipal de Paracatu naquela ocasião: “venho comunicar a V. Sa. a necessidade de hum cavallo que conduza o preso Antônio Eduardo Papaleão, que sobre ser velho precisa [por] ter sido baleado em huma perna e por isso incapaz de viajar a pé, precisa-se mais de huma corrente para conduzir os outros dous criminosos com esses collares, duas algemas e a quantia de oito mil réis a saber 5$760 para diárias dos tres presos a contar-se do dia d’amanhã até 17 do corrente que vem a ser doze dias de marcha, e 2$240 para forragem do cavallo que tem de conduzir o preso”.

Ao término do laborioso manuscrito, o chefe de polícia local reforça a brevidade com que deveria a Câmara Municipal providenciar os recursos necessários para a viagem dos criminosos: “Espero que V. Sa. ordenará ao Procurador para fornecer-me os objectos pedidos com toda a urgência, visto que a Cadeia desta cidade não offerece segurança e a falta de guarnição da mesma[…]”.
Essa remoção de presos que tinha Paracatu como ponto estratégico de pouso e passagem, consolida a tese de que o município mantinha de fato uma relevante via de comunicação acesso para a Província de Goiás, também chamada de “picada de Goiás”.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 19/11/2021
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Requerimento do Chefe de Polícia João de Pina Vasconcelos para remoção de presos. Cx. 20. 1857. 2 fls.
Os atravessadores e a carestia dos gêneros de primeira necessidade em 1857
A figura do atravessador nas relações comerciais normalmente é vista como um ônus para o consumidor final, que não raro termina por pagar mais caro pelas mercadorias de que necessita. Em Paracatu, tal situação chegou a ser denunciada à Câmara Municipal – órgão a quem compete o papel de fiscalizar certas arbitrariedades nocivas aos direitos da população – em agosto de 1857 pelo então vereador Sr. Vicente José Chrispiniano.
Em seu requerimento à Câmara, Chrispiniano descreve o grave problema do qual a população tornára-se vítima : “[…] por isso que apenas chega qualquer carro desses gêneros [arroz, farinha] muitas vezes antes de tirarem os bois são atravessados a fim de que se sustente o preço exaltado, razão porque a bem do público, e da humanidade soffredora requeiro a esta Câmara para que expeça as mais terminantes ordens a seus fiscais para vedar humilhante mal devendo o carro que chegar de hora em diante ser disposto na porta do subdelegado desta cidade […]”.

O vereador Chrispiniano ainda solicita à Câmara Municipal de Paracatu que especialmente no caso daqueles gêneros em que fosse constatada a rigorosa falta no município, que fosse “repartida a compra a cada huma casa conforme sua família e precisão”.
Tal documento rememora um período da história de Paracatu em que houvera escassez e carestia de produtos básicos à sobrevivência, ocasionada sobretudo pela presença “corrosiva” dos chamados atravessadores.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 17/11/2021
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Requerimento do Vereador Vicente José Chrispiniano para fiscalização dos carros com gêneros de primeira necessidade. Cx. 20. 1857. 1 fl.
O assassinato do marinheiro paracatuense Luiz dos Santos de Faria

Uma visita à terra natal, Paracatu, custaria a vida do marinheiro Luiz dos Santos Faria, assassinado cruelmente na noite de 22 de janeiro de 1937 na rua do Péres (atual Américo Macedo) próximo ao Café “Gato Preto” de propriedade do Sr. Otacílio N. Pinto, registram os autos do processo nº 20731 da Comarca local.
Faria integrava a guarnição do Navio couraçado “Minas Gerais” e estava licenciado com o objetivo de visitar sua mãe e familiares. Após apresentar-se ao Meritíssimo Juiz de Direito de Paracatu e visar sua licença, o marinheiro esteve com parentes e amigos e, por volta das 20h00, quando regressava para sua casa, fora covardemente agredido pelos soldados do 4º Batalhão Sebastião B. de Sousa, João Ferreira de Menezes, Gumercindo de Castro, pelo cabo Joaquim José Pedro, além do indivíduo Alfredo Coqueiro de Lima.
Consta dos autos, entre outros detalhes, que a vítima estava desarmada e aludiu, no instante da luta, sua condição de marinheiro nacional, e reagira com um soco a ponto de derrubar os soldados Gumercindo e João de Menezes. Este último, em certo momento do embate, de posse de um revólver, desferira 4 tiros no já ferido marinheiro (que já tinha sido alvejado com 2 tiros por aquele Sebastião Balbino de Souza), além de atacá-lo à facadas. O cabo Joaquim ainda desferira mais 2 tiros na vítima.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 14/10/2021
COMARCA DE PARACATU. Processo nº 20731 referente ao assassinato do marinheiro Luiz dos Santos Faria. Cx. C-64. 1942. 442 fls.
O trágico acidente com o ônibus 767 da Viação Araguarina

A tenebrosa noite do dia 11 de janeiro de 1968 jamais será apagada da memória dos passageiros (e seus familiares) do ônibus 767 da tradicional Viação Araguarina (atualmente em processo de recuperação judicial) que se envolvera num trágico acidente ocorrido no Km 504 na rota Brasília-Belo Horizonte e deixara como saldo 1 morte e outros tantos feridos, socorridos ao Hospital de Paracatu.

Consta dos autos do processo 247 da Comarca de Paracatu que o ônibus de placas nºs 60610 MG e 59576 DF que transportava naquela viagem um total de 31 passageiros pela BR-040, já no município de Paracatu, após cruzar com um caminhão, desgovernou-se e tombou na pista, de forma a causar a morte de uma mulher, e ferimentos em vários outros passageiros.
De acordo com o referido documento, o motorista culpado pelo fato de perder o controle do veículo ao imprimir velocidade igual a 100 Km/h e resultar em acidente com vítima fatal e ferimentos nos outros passageiros, fora absolvido pelo motivo de ser réu primário e ter bons antecedentes.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 13/10/2021
COMARCA DE PARACATU. Processo nº 247 de acidente de trânsito em ônibus da Viação Araguarina. Cx. C-84. 1968. 109 fls.
Criação da Associação Profissional dos Condutores de Veículos Rodoviários em 1960

Em 25 julho de 1960 era fundada oficialmente na cidade a Associação Profissional dos Condutores de Veículos Rodoviários (APCVR) por iniciativa do então Vice-Prefeito, Sr. Alberto Rocha, e do Sr. Álvaro Guimarães, noticiava o Jornal A Tribuna de Paracatu em sua edição de nº 13 publicada em 17 de julho de 1960.
Destacava a publicação em sua página 5: “Para a eleição da primeira Diretoria, os fundadores da nóvel entidade de classe realizaram, no dia 12 do corrente, no Cine Teatro Santo Antônio, uma reunião presidida pelo Sr. Alberto Rocha, estando presentes à mesma como convidados de honra o Rev. Frei Norberto Broenik, o Prefeito Municipal, Sr. Wladmir da Silva Neiva, grande número de profissionais do volante e figuras representativas do comércio de Paracatu”.
A matéria ainda destacava naquela ocasião a existência de 100 profissionais do ramo e a ausência até então de uma associação que melhor os amparassem perante à Justiça e às Leis Trabalhistas.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 07/10/2021
A TRIBUNA DE PARACATU. Paracatu, p. 5. 17 Jul. 1960
Atestado de imunização contra a varíola em 1961

A Lei 1.261, de 31 de outubro de 1904, tornara obrigatória, em toda a Republica, a vaccinação e a revaccinação contra a variola, o que explicaria, à príncipio, a emissão de atestados de imunização como o que se encontra logo acima, assinado pelo Dr. José da Silva Neiva Neto.
No precioso documento relacionado à história da saúde pública em Paracatu, a Sra. Maria Madalena Assis Costa estava imunizada contra a varíola e de posse daquele atestado, poderia, dentre outras situações, matrícular-se nas escolas, ingressar no serviço público, casar-se ou realizar uma viagem, já que a vacinação era obrigatória e como tal, passível de ser cobrada circurtâncias assim.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 06/10/2021
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARACATU. Atestado de imunização de Maria Madalena Assis Costa. 1961. 1 fl.
BIBLIOTECA VIRTUAL OSWALDO CRUZ. Luta contra a varíola. Disponível em:<http://cmsj.mg.gov.br/portal/a-historia/>. Acesso em: 06 Out. 2021
BRASIL. LEI Nº 1.261, de 31 DE OUTUBRO DE 1904. Torna obrigatórias, em toda a Republica, a vaccinação e a revaccinação contra a variola. Disponivel em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1900-1909/lei-1261-31-outubro-1904-584180-publicacaooriginal-106938-pl.html>. Acesso em: 06 out. 2021.
Movimento financeiro do Grupo Escolar Dom Serafim Gomes Jardim em 1957

Em 21 de fevereiro de 1958, a direção do Grupo Escolar Dom Serafim apresentava o balancete pertinente ao ano de 1957, com valores e números importantes sobre sua receita e despesa, além de outras informações sobre a instituição.
No dactiloscrito assinado pelas então Presidente Dilenia Rodrigues Lepesqueur e Secretária Dulce Caldeira de Oliveira, constam os valores arrecadados, dentre outros, com donativos em dinheiro (Cr$ 7.751,00), contribuições de pais dos alunos (Cr$ 586,80), gratificações perdidas pelos funcionários (Cr$ 315,60) e subvenções da Prefeitura e do Estado (Cr$ 17.420,00) e as despesas executadas, como alimentação (Cr$ 26.408,70), vestuário e calçado (Cr$ 10.610,00) assistência médica, farmácia e dentista (Cr$ 144,00).
O documento também relaciona, dentre outros, o número de 198 alunos relacionados, além de 338 alunos socorridos naquele período, 33417 merendas fornecidas aos matriculados, 31956 pratos de sopas servidos, 1461 copos de leite fornecidos e um total de 357 uniformes entregues ao seu corpo discente.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 04/10/2021
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARACATU. Caixa Escolar: Movimento do ano de 1957 do Grupo Escolar Dom Serafim Gomes Jardim. 1958. 1 fl.
O consumo doméstico de outrora: O caso de Dona Sebastiana Antônia Rodrigues (1908)

Os gêneros de primeira necessidade empregados pela Sra. Sebastiana Antônia de Oliveira e listados em um processo da Comarca de Paracatu em 1908, revelam algumas curiosidades sobre o perfil de consumo, bem como o modo de fracionamento e venda dos produtos naqueles tempos.
Ao que se constata a partir da leitura da relação acima, eram adquiridos alimentos mais naturais e tradicionais para o cardápio do dia à dia: Carne de porco, farinha de milho, toucinho, rapadura, requeijão e queijo. Já as formas de quantificar as porções vendidas, utilizavam, dentre outras já consagradas, o litro: Litro de arroz, litro de farinha, etc.
O consumo doméstico de querosene também era corriqueiro à época, para “alimentação” dos nostálgicos lampiões, que muito auxiliaram na iluminação das habitações em outros momentos.
A listagem também relaciona os preços dos produtos em 1908: 1 Kg de café custava em torno de 640 réis, 1 kg de carne, 500 réis, 1 vela, 100 réis, 1 kg de sabão, 800 réis e 1 queijo saía por até 1.000 réis.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 01/10/2021
COMARCA DE PARACATU. Processo de Licença de Venda de Bens de Raiz requerido por Bárbara Rodrigues de Oliveira. Cx. AC-52. 1908. 18 fls.
Escola São Francisco no bairro Paracatuzinho

Redigida ainda na forma manuscrita, a prova datada de 22 de novembro de 1950 da aluna Maria Izabel Alves Santos, revela um pouco sobre as dificuldades e os desafios para professores e alunos desde há muito tempo, além de possibilitar um maior conhecimento sobre o passado do maior bairro da cidade, o Paracatuzinho, já que alí se localizara a Escola São Francisco.
No referido documento, a aluna do então estabelecimento de ensino primário alcançava a marca de 47 pontos em sua avaliação, o suficiente para garantir-lhe a promoção necessária para entrar na série subsequente nos estudos. A professora à época chamava-se Terezinha Neiva.
Ao que tudo indica, a Escola São Francisco possivelmente fora desativada ainda no século passado, já que sua documentação integra um acervo composto em sua grande maioria por instituições de ensino que já não mais existem no município de Paracatu.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 24/09/2021
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARACATU. Teste da aluna Maria Izabel Alves Santos na Escola São Francisco no Paracatuzinho. 1950. 2 fl.
Instalação da Escola Rural de Santa Teresinha no município de Paracatu

Aos 15 dias do mês de março de 1957 era instalada na sede da Fazenda Água Doce, na região da Aldeia, a Escola Rural Municipal de Santa Teresinha, um indispensável equipamento para viabilizar o acesso dos filhos dos trabalhadores rurais ao ensino primário.
Presentes à cerimônia de instalação, estavam dentre outras pessoas, o proprietário da Fazenda Água Doce, Sr. Randolfo da Silva Couto, os alunos matriculados e a Professora Regente daquele novo e fundamental estabelecimento de ensino, a Sra. Nair das Virgens Ferreira, que além de registrar esse histórico momento do acesso à educação na Zona Rural de Paracatu, também proferira, na ocasião, uma bela palestra sobre o valor da higiene, assiduidade e bom comportamento, como se vê no documento logo acima.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 16/09/2021
REFERÊNCIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARACATU. ATA de instalação da Escola Santa Terezinha na Fazenda do Água Doce. 1957. 1 fl.
Escola Municipal Rural da Fazenda do Canto em Paracatu

De grande relevância para a instrução e formação da comunidade rural, a Escola da Fazenda do Canto, no município de Paracatu, deixara além das lembranças, alguns documentos escolares que permitem aos estudiosos e interessados refletirem um pouco sobre aquela época em que o ensino estava alí, bem pertinho e presente nas famílias campestres.
A partir da relação de alunos matriculados nas 1ª, 2ª e 3ª séries do primário do referido estabelecimento de ensino, no ano de 1965, é possível verificar, além dos parentescos existentes por associação dos sobrenomes, a indicação de alguns assistentes, provavelmente para o fim de auxiliarem (monitoria) a então Professora Edir Gonçalves Carvalho, como se vê no distinto documento abaixo.

Os manuscritos da Escola Municipal Rural da Fazenda do Canto são constituintes do Fundo Prefeitura, e embora refiram-se a escolas que foram desativadas, em virtude da realocação dos estudantes da Zona Rural para outros estabelecimentos (alguns deles na área urbana), servem sobremaneira ao estudo genealógico bem como para fins probatórios, a exemplo da requisição de aposentadoria rural.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 13/09/2021
REFERÊNCIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARACATU. Matrícula de alunos da Escola da Fazenda do Canto. 1965. 1 fl.
O Conselho da Intendência Municipal de Paracatu

Advindo com a proclamação da República em 1889, o Conselho da Intendência tinha como atribuição o exercício do poder executivo municipal, já que à época não existiam as Prefeituras e esse poder (executivo) fora retirado das Câmaras Municipais, a qual passára tão somente a legislar.
A nota emitida acima pelo negociante Antonio de Aquino e Moura registra o fornecimento de cadernos e velas, no ano de 1891, para o fim de realizarem-se eleições. No documento, consta como Presidente interino do Conselho da Intendência de Paracatu, o Sr. Julio Cesar de Mello Franco.
O Conselho da Intendência funcionára, provavelmente, no imponente sobrado da Casa de Câmara e Cadeia Pública (ver foto) localizado na antiga Rua Direita (Rua Dr. Seabra e hoje Rua Joaquim Silva Pereira), no Núcleo Histórico de Paracatu. Aquela esplêndida edificação, ícone da administração pública local, fora demolida entre os anos de 1920 e 1930, conforme informações do Arquivo Público de Paracatu.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 27/08/2021
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Nota de fornecimento e pagamento a Antonio de Aquino e Moura. Cx. 20. 1891. 1 fl.
CÂMARA MUNICIPAL DE SANTANA DO JACARÉ. História [das Câmaras Municipais]. Disponível em:<http://cmsj.mg.gov.br/portal/a-historia/>. Acesso em: 27 Ago. 2021
A Agência dos Correios em Paracatu e o vale postal

Numa época em que o isolamento e as distâncias entre Paracatu e a os grandes centros urbanos impunham, sem sombra de dúvidas, inúmeras dificuldades às comunicações e, não obstante, à consecução de operações de natureza bancária, a presença de uma agência postal era um divisor de águas para a população e o andamento da economia local.
Em 19 de junho de 1929, conforme precioso documento acima, a agência dos Correios em Paracatu realizava uma transferência financeira, por meio de um “vale postal“, entre a Câmara Municipal local (pagadora) e o Sr. Frederico Campos (recebedor) na ordem de 202 mil e 900 réis, com assinatura do agente Renato Roquette.
O documento comprova, entre outros, o funcionamento dos Correios como um agente bancário já na primeira metade do século passado, que facilitava sobremaneira a vida dos cidadãos e a concretização de negócios nestes rincões do Noroeste de Minas.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170 – Publicado em: 25/08/2021
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Vale postal dos Correios . 1929. 1 fl.
Impostos municipais na primeira metade do século XX em Paracatu

Pelo menos 14 tributos municipais oneravam os ganhos da população local lá pelos idos da década de 1930, conforme se constata a partir da guia acima, em que o Sr. Miguel Torres Brochado, do Distrito de Garapuava (hoje município de Unaí), obrigava-se a recolher ao erário a quantia total de 27 mil réis, como condômino da Fazenda São Miguel, localizada naquele mesmo distrito.
O documento é um “retrato” da carga de impostos arrecadados pelo tesouro municipal e que incidia sobre atividades de diversas naturezas, bens móveis e de raiz (terras), multas e outros daquele período no vasto município de Paracatu.
Pesquisa, texto e digitalização: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
COMARCA DE PARACATU. Processo de Divisão da Fazenda São Miguel . Cx. D-26. 1933. 43 fls.
Provisão para escrivão de Juiz do Distrito de Brejo do Salgado

Reza o livro registro de provimentos dos ofícios e mais papéis de partes, que no dia 11 de setembro de 1801 o Sr. Luis da Silva Vieira, morador no Distrito e repartição do Brejo do Salgado do Termo da Villa de Paracatu do Príncipe, recebia sua provisão para o cargo de escrivão de Juiz daquele distrito. Consta no manuscrito a sua folha 11 verso a seguinte ato: “Ao que attendo nós pelas boas informações que temos do seu bom comportamento houvemos por bem lhe mandar passar a presente pelo qual provemos na ocupação de Escrivão de Juiz Vintenário do Distrito e repartição do Brejo do Salgado ao mencionado Luis da Silva Vieira pelo tempo de hum anno se tanto houvermos por bem e sua Alteza Real não mandar o contrário visto” […].
Brejo do Salgado, que pelos idos de 1801 fora termo da Vila de Paracatu do Príncipe conforme se constata a partir da leitura do manuscrito infra, estaria mais tarde vinculada à Vila de São Romão até 1814, quando se tornaria sede distrital com a denominação de Vila de Brejo do Amparo (em louvor a N. Sa. do Amparo, sua padroeira!), e mais tarde em 1833, passaria a distrito do município de Januária (antigo Porto Salgado), no Norte de Minas, conforme informações extraídas do site da Câmara Municipal daquela cidade ribeirinha ao Velho Chico.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
CÂMARA MUNICIPAL DE JANUÁRIA. Origem [de Januária] . Disponível em:<http://www.camarajanuaria.mg.gov.br/site/index.php/cidade/origem>. Acesso em: 28 Jul. 2021
CÂMARA MUNICIPAL DE PARACATU. Livro registro de provimentos dos ofícios e mais papéis de partes . 1801. 100 fls.
A Igreja de Nossa Senhora do Amparo

Localizava-se no chamado Largo do Cristo Rei, atualmente nas imediações da Igreja Presbiteriana Central de Paracatu. Fora demolida, muito certamente, em decorrência do risco de desabamento em que se encontrava na primeira metade do século XX, conforme apurado na documentação do Fundo Câmara Municipal.
A partir da leitura dos registros de banhos e casamentos daquela congregação religiosa (ver imagem ao lado), constata-se aos 9 de Fevereiro de 1840 a realização do enlace matrimonial de Manoel Joaquim de Mattos com Maria da Conceição de Macedo Guimarães na Capela do Amparo, filial da Freguesia de Santo Antônio da Manga da Villa de Paracatu.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
TRIBUNAL ECLESIÁSTICO. Registros de banhos e casamentos da Capela do Amparo. 1840. 8fls.
A Guarda Mirim de Paracatu em 1969


Em 26 de julho de 1969, o então jovem José Aleixo de Morais Lima concluía o curso preparatório realizado pela equipe do Projeto Rondon e conquistava o seu certificado de guarda-mirim com o apoio da Prefeitura Municipal de Paracatu. As informações constam do Fundo Prefeitura, disponível no acervo do Arquivo Público Municipal de Paracatu.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
O Serviço de esgoto sanitário e limpeza urbana na Paracatu de 1939


Levantamento estatístico datado de 25/07/1940 traz dados relevantes sobre a prestação do serviço de esgotos sanitários e limpeza urbana, prestado pela Prefeitura Municipal de Paracatu em 1939. Um total de 300 imóveis eram atendidos pela rede de esgoto, o qual era arremessado em algum córrego da cidade, outras 20 residências dispunham apenas de fossas liquefatoras e outras 600 por fossa a seco, reza o formulário assinado pelo então encarregado pelo órgão estatístico, Sr. Edson Jorge dos Santos. Ainda de acordo com o documento, 600 domicílios tinham o lixo residencial coletado 1 vez por semana, por meio de 1 caminhão, que transportava o resíduo armazenado em caixões, de modo a perfazer um total de 300 toneladas coletadas por ano e cuja destinação era o descarte fora do distrito sede ou sua queima. As informações constam do Fundo Prefeitura Municipal, disponível no acervo do Arquivo Público Municipal de Paracatu.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Serviço de fornecimento de energia elétrica em 1939 em Paracatu

Talão de luz e força (energia elétrica) da consumidora Professora Júlia Elisa Camargos em 2 de março de 1939. O serviço era, à época, prestado pela Prefeitura Municipal de Paracatu. As informações constam do Fundo Prefeitura Municipal, disponível no acervo do Arquivo Público Municipal de Paracatu.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Fábrica de cerveja na Paracatu do século XIX

Em 18 de abril de 1893, o negociante de procedência ou descendência francêsa, Sr. Gustavo Laboissiére, requisitava junto à Câmara Municipal de Paracatu o alvará necessário para continuar suas atividades de fabricação de cerveja na cidade. As informações constam do Fundo Câmara, disponível no acervo do Arquivo Público Municipal de Paracatu.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Decreto de imposto sobre escravos e engenhos de cana-de-açúcar

Decreto de 30 de março de 1858, da Assembleia Legislativa da Província de Minas Gerais, assinado pelo Dr. Vianna, que estabelecia a cobrança e/ou isenção de imposto sobre a propriedade de escravos e engenhos de cana-de-açúcar. As informações constam do Fundo Tribunal Eclesiástico, caixa 23, ano de 1858, disponível no acervo do Arquivo Público Municipal de Paracatu.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Comunicado de nascimento e matrícula da escrava Thereza em 1874


A escrava Thereza nascera a Joaquina (também escrava), em 17 de julho de 1874, na Fazenda do Espigão, localizada no Distrito do Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Morrinhos (hoje Arinos) , Termo da Cidade de Paracatu, Província de Minas Gerais. No verso da nota acima, registra-se também a matrícula da escrava recém nascida. As informações constam do testamento e inventário de Dona Libânia Maria de Jesus, ano de 1880, disponível no acervo do Arquivo Público Municipal de Paracatu.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Escola Rural Mista Municipal de Barreiro (Unaí-MG)

Instalada em 5 de Julho de 1932 pelo então Prefeito de Paracatu, Coronel Quintino Vargas, a Escola Rural Mista Municipal de Barreiro localizava-se na fazenda de mesmo, no Distrito de Unaí e matriculara naquele ano 33 alunos de ambos os sexos. Tinha como professora a Sra. Magdalena Gonzaga dos Reis e inspetor escolar, o Sr. Filadelfo de Souza Pinto.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Bairro Esplanada e um pouco sobre sua história

Jornal de Paracatu nº 18, pág. 5 , Out 1994 – Acervo Arquivo Público de Paracatu
O Parque Ecológico e Recreativo de Paracatu

Fruto de um promissor e sustentável projeto, firmado no ano de 2002 entre a Prefeitura Municipal de Paracatu, por meio do então Prefeito Antônio Arquimedes Borges e a Rio Paracatu Mineração (RPM), sob o modelo de parceria público privada (PPP), o Parque Ecológico e Recretativo fora aberto à população em outubro de 2003, durante as comemorações do aniversário da cidade.

O Parque, localizado entre os bairros Alto do Açude e JK, é composto por 77 mil metros quadrados de área total , e apresentou como principais atrativos o lago já alí existente desde muitos anos, um bosque com árvores plantadas com a participação da comunidade, pista para caminhada, ciclovia e churrasqueiras.

Sobre a importância e a qualidade do empreendimento para o bem estar social, destacava a matéria publicada pelo jornal Folha Noroeste em Novembro de 2003: “A bela paisagem, o conforto que o local vai ganhando, além do ar fresco das proximidades do açude, fazem da caminhada rotineira mais que uma obrigação da boa saúde, um verdadeiro momento de lazer e descontração”.
Naquele ano de 2003 fora entregue à população a 1ª etapa do trabalhos, em virtudes das forte chuvas do período, de maneira que a completude das obras do Parque somente viria a ocorrer entre os anos de 2005 e 2006.

Referência: FOLHA NOROESTE. Unaí e Paracatu. p. 6. 17 a 24 Nov. 2003
REVISTA INFOCO. Paracatu. p. 9. Ago-Set. 2005.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Escola Primária Evangélica Paulo de Tarso

Vinculada à Igreja Presbiteriana de Paracatu, a Escola Primária Evangélica Paulo de Tarso anunciava a data de abertura de suas matrículas para o dia 07 de fevereiro de 1957, conforme publicação de nº 199 do Jornal A Tribuna de Paracatu daquele mesmo mês e ano. O anúncio destacava: “Aqueles que desejam fazer o curso primário e o jardim da infância deverão se entender com a professora Deolina Rodrigues no chalé da escola”. A fonte ainda trazia o seguinte aviso: “A Escola Noturna Evangélica de Paracatuzinho vai funcionar com o curso ampliado” e que os interessados deveriam procurar o Sr. Antônio da Mota Bastos.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Referência: TRIBUNA DE PARACATU. Paracatu, p. 6. 3 Fev. 1957
A Charqueada de Paracatu


Localizada a 18 Km do núcleo urbano, a charqueada já foi considerada a maior indústria de Paracatu em meados do século XX. Fora composta por suas instalações industriais e uma área de 700 hectares, residências para seus operários e um Grupo Escolar Estadual. De acordo com o levantamento do Jornal Folha Diocesana (Patos de Minas) de 27/07/1958 edição nº 49, a Charqueada teria produzido até 720 mil quilos de charque por ano, além do abate de 100 a 150 reses por dia. A clientela do charque paracatuense, de acordo com a fonte, era do Nordeste Brasileiro, especialmente do Recife. Eram produzidos, além do próprio charque, o sebo industrial, couro, óleo de mocotó, farinha de carne e sangue, crinas, farinha de osso e adubos.
Referência
FOLHA DIOCESANA. Patos de Minas, p. 4. 27 Jul. 1958.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
A Circulação de bens e serviços no Mercado Municipal de Paracatu em 1919

A implantação do Mercado Municipal ocorrera em 1903 no Governo de Christino Pimentel de Ulhoa , porém não ganhara a simpatia dos feirantes, nem tampouco dos fregueses, haja vista as constantes reclamações sobre as taxas impostas pela municipalidade e o ínfimo movimento de pessoas no local, o que provavelmente por volta de 1934, culminara com o encerramento das atividades da feira no local e com a pulverização daqueles trabalhadores pelas ruas da cidade. Leia mais sobre o Mercado Municipal e a feira livre clicando aqui Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170

A Guarda Municipal de Paracatu em 1892

Relação dos praças da Guarda Municipal da cidade de Paracatu em maio de 1892, com os valores de suas respectivas diárias (vencimentos). O manuscrito fora elaborado no Quartel do Destacamento Municipal e assinado pelo 2º Sargento Comandante Luiz Pedro do Nascimento. À época, o quadro compunha-se de apenas 7 oficiais.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
O Philodramático e suas atrações

O lazer, na Paracatu do século passado, era marcado pelos espetáculos teatrais no extinto Philodramático, prédio de arquitetura imponente localizado no Largo do Rosário e empregado pelo Grêmio Pedro Salazar para eventos dessa natureza. No anúncio da Folha do Povo, datado de 15 de Novembro de 1910, convida-se o grande público para as peças “Amor à Pátria” e “Como se fazia um deputado“, em virtude das comemorações pela data da Proclamação da República. Também se destaca a apresentação musical por parte da consagrada Corporação Euterpe.
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Caderneta de Motorista

Em 1936, o exame e emissão do documento necessário à condução de veículo automotor era de responsabilidade da Prefeitura Municipal, como se verifica a partir da imagem supra. Eram fornecidas as habilitações para chauffer amador (locomoção particular) e profissional (transporte de terceiros e cargas). A avaliação do candidato era realizada por profissionais nomeados pelo Sr. Prefeito e designados para tal atividade.
Fonte: Livro Registro de Automóveis e Caminhões 1929-1937 – Fundo Câmara Municipal / Acervo do Arquivo Público de Paracatu – MG
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima DRT-BA nº 170
O Curtume
Pertencente aos Srs. Virgilío Rabelo de Souza e irmãos, o curtume fora fundado em 1939 no lugar denominado Chapadinha, em Paracatu. Destinava-se ao fabrico de utensílios à base de couro, como calçados, arreios para carroças, cintos, etc. Naquele ano, o estabelecimento possuíra 4 funcionários e abastecera o comércio local. Para a produção, eram empregadas peles de boi, cabra, carneiro e anta, conforme se verifica no documento acima. O curtume é parte marcante da história da indústria em Paracatu.
Fonte: Inquéritos do Departamento Estadual de Estatística sobre Paracatu Ano 1939 – Fundo Prefeitura Municipal / Acervo do Arquivo Público de Paracatu – MG
Pesquisa e texto: Arquivista Carlos Lima – DRT-BA nº 170
Vila de Guarda-Mór

Compra e venda da escrava Catharina em 1875
Escrava de 14 anos de idade comprada em 27/08/1875 pelo Sr. Miguel Joaquim de Souza Machado ao Sr. Ignacio de Oliveira Campos de Abreu, por herança de sua mãe, Dona Maria Augusta Carneiro de Abreu.
Fonte: Fundo Poder Judiciário / Subfundo 2ª Vara / Acervo Arquivo Público de Paracatu – MG
Guia de arrecadação de João Pinheiro em 1922
Imposto cobrado sobre transmissão na compra de partes da Fazenda Oliveira, distrito de Vereda em João Pinheiro, Noroeste de Minas Gerais.
Fonte: Processo de Divisão da Fazenda Oliveira / Fundo Poder Judiciário
Programa de Ensino da Escola Normal de Paracatu (1897)
Corpo Docente da Escola Normal de Paracatu em 1897:
Pe. Manoel d’Assumpção Ribeiro, Diretor
Antonio Loureiro Gomes Junior, Vice-Diretor
Julio Cesar de Mello Franco, Secretário
Dr. Pedro Salazar Moscoso da Veiga Pessoa
Eduardo Augusto Pimentel Barbosa
Dr. Sergio Gonçalves de Ulhôa
Dr. Franklin Botelho
Pe. José Vieira da Silva
Clarindo de Mello Franco
João Moreira Gonçalves Longuinho
René Lepesqueur
Julio Roquette
D. Augusta Pimentel Barbosa
D. Julia de Souza Camargos
D. Maria de Paula Roriz

Fonte: Fundo Oliveira Mello / Acervo do Arquivo Público de Paracatu – MG
Memorial descritivo e caderneta de campo da divisão da Fazenda Pouso Alegre em Paracatu, no ano de 1923

Manuscrito de autoria do agrimensor Hans Barman, com cabeçalho da tabela em francês, referências à Estrada de Goyaz, Estrada Real, além da distância de 200 Km da Fazenda Pouso Alegre até a Estrada de Ferro Goyaz em Ipameri (GO). Cita-se o emprego de tacheometro autoriduttore e bússola para a consecução das medições. Para acessar o memorial descritivo e a caderneta de campo na íntegra clique aqui
O Atheneu Paracatuense: As instituições de ensino nos idos de 1920

O Dr. Chiquito (Francisco Timóteo Lisboa) e seu pedido de exoneração em 1967 do Posto de Saúde do Paracatuzinho, onde atendera a população sempre com muita atenção e interesse
… e o despacho do Exmo. Sr. Prefeito Dr. Almir Alaor Porto Adjuto em resposta ao conhecido e estimado médico dos pobres (Dr. Chiquito)
Fonte: Acervo do Arquivo Público Municipal de Paracatu – Fundo Prefeitura Municipal – Série Correspondências Passivas – Período 1966-1969
Carta escrita em 1953 pelo então Governador de Minas Gerias Dr. Juscelino Kubitschek em homenagem ao Tiro de Guerra nº 90 de Paracatu
Fonte: Extraída do Livro Histórico do Tiro de Guerra Nº 90, datado de 08/10/1946, existente no Arquivo Público Municipal de Paracatu – MG
Edital da Câmara Municipal de Paracatu sobre o serviço de limpeza pública no ano de 1918
Diogo Soares Rodrigues, o Diogão, Prefeito de Paracatu nos mandados 1971 a 1973 e de 1983 a 1988, e tradicional comerciante de bens de raiz e de fazenda na cidade (Casa Diogo)
Taxa de arrecadação da Villa de João Pinheiro, Estado de Minas Gerais

Docentes do Grupo Escolar Afonso Arinos de Mello Franco, no casarão da Rua do Ávila (atual Casa de Cultura)

Companhia Telefônica de Paracatu

A origem do Bairro Bela Vista

O Comércio em Unaí em 1927

Escolas Rurais de Paracatu em 1950

Hospital Municipal Adelmar da Silva Neiva

A inauguração deu-se em 6 de fevereiro de 1957. Leia a matéria abaixo:
Avenida Nova República (Dep. Quintino Vargas) e sua ligação com a Rua Goiás

As Leis: A nova denominação dada à Avenida Nova República, agora Avenida Deputado Quintino Vargas

A desapropriação para ligação entre a Avenidas Deputado Quintino Vargas e a Rua Goiás

Fórum Martinho Campos Sobrinho: Um marco para a Justiça em Paracatu

Simca Chambord: Um veículo nacional que deixou saudades

Planta Mnemônica da Cidade de Paracatu, entre 1908 e 1921

O Simca Tufão em Paracatu: O Teste de resistência do veículo que marcou nossa história no ano de 1964
Esse era o nome nos bastidores do Teste de Resistência da barata, que veremos mais adiante no mapa feito pelo depto de engenharia que relata os resultados técnicos desde os primeiro dias até o final do teste.
Durante 44 dias e 44 noites, um Simca Tufão rodou 120.048 km a 113,1 km/h sem parar.
O local escolhido foram os 224 km da BR-7, no trecho entre Paracatu e Brasília. Era necessário realizar a prova em uma estrada com trânsito normal para que o resultado refletisse efetivamente no uso de um carro em condições normais, mas dentro das normas de segurança que não poderiam ser mantidas em rodovias de trânsito demasiadamente denso.


Equipe do Depto. de Competição da Simca…
Depois de terem sido considerados diversos trechos de estrada, o circuito ficou definido e, a zero hora do dia 1 de outubro foi iniciada a prova com início em Paracatu.

Walter Hahn na Simca, pronto…
Depois de iniciada a prova, o Simca rodou ininterruptamente, seguinte o seguinte cronograma:
Pilotos reservando-se após cada percurso de 448 km. Quer dizer, que cada piloto tocava a barata por 3h e 50 minutos consecutivos, mais ou menos igual a distância de Paracatu a Brasília ida e volta.
Eram pilotos de teste da fábrica que faziam na estrada velha de Santos diariamente testando os lançamentos, peças pneus e por aí vai, para a engenharia da fábrica , outros foram contratados só para o teste .
O numero exato eram 12 , sendo os contratados a saber :
Gunter Heilig, Luciano Onken, Manoel de Oliveira, Jose Gorga Neto (cunhado do Tõco), Edson Biston , Alberto Savioli , Carlos Calza (fazia parte do dpto de corridas, frequentava Interlagos)
Os pilotos da equipe oficial do depto de corridas:
Ubaldo Cesar Lolli, Jaime Silva, J . F Lopes Martins (Tõco ), Walter Hahn Junior e o próprio Geoges Perrot que também fazia revezamentos para sentir o carro. O Ciro Caires esteve por lá não me lembro se chegou a pilotar, creio que sim .
As escalas eram feitas pelo Perrot, e as vezes dependendo da disposição de cada um as escalas eram mudadas , mas sempre com periodos de descanço etc .

Walter e Perrot, na escala de troca na prova…
A velocidade era livre porem com critério para se fazer os 224 Km , a ordem era baixar a bota mas sem quebrar!
Existia sempre uma ida e volta super rápida onde era quase tudo de pé em baixo , se não estou enganado era uma ficha a ser carimbada em Brasilia pelo ACB com o horario exato da chegada ,(relógio ponto) lá era só controle super rápido. Dai se aumentava ou não a velocidade para manter a média sempre alta no final.
Cada piloto só voltava ao volante, 20 horas depois.

Posto de gasolina e o Simca chegando a direita…

Pilotos e mecânicos nos ajustes das paradas…
Dois postos de controle da ACB, um em Paracatu e outro em Brasília. Em Paracatu, era a troca de pilotos; abastecimento; lubrificações se necessário e revisões simples, sempre sob o controle dos técnicos da ACB, em registro num livro oficial.
¬As passagens nos postos de controle, foram duplamente registradas na ficha do próprio posto e numa cópia que seguia com o carro.
No transcorrer da prova, surgiram fatores que contribuíram para valorizar o teste. O clima na região caracterizava-se pelas oscilações, que durante o dia era um calor insuportável e na calada da noite, vinha o frio. E completando com os fortes temporais, que formavam verdadeiros lagos na estrada, o que dificultava demais o andamento da prova.
Na região, os pilotos enfrentaram nuvens de insetos, que batiam de encontro ao para brisa, emperrando os limpadores, fora os animais que atravessavam a pista, exigindo extrema cautela e provocando verdadeiras manobras dos pilotos para manter a estabilidade da barata.

Os mecânicos, só alegria…
Mas com toda a perícia, o Simca Tufão sofreu um acidente durante um temporal, depois de 44 dias e 44 noites. As partes mecânicas não foram atigidas, proporcinando a condução até o final da prova. No entanto dada a quilometragem já atingida, 120,048 km, foi encerrado o teste de resistência. E o que queriam mostrar sobre o carro já estava demonstrado. E o slogan estava montado – O Simca Tufão é o Carro Nacional Mais Resistente…
E depois do acidente, rodou por mais de cinco dias, mostrando a eficiência do modelo. Parabéns aos pilotos, mecânicos, engenheiros e toda a tropa envolvida no teste de resistência da Simca Tufão…
O mapa do Teste de Robustez:

Nota do blog: Agradecemos o empenho em nos enviar para o deleite da galera esse material maravilhoso que marca uma fase heróica da indústria automobilística brasileira, bem como o envolvimento com o esporte a motor na terrinha. Ao Walter Hahn todo o nosso carinho e admiração e esperamos mais…
Saloma/Walter Hahn
(reprodução/imagens arq. pessoal)
Fonte: Saloma do Blog
Linda. Cidade
Parabéns. Excelente trabalho de garimpagem da memória histórica. Maria da Graça Menezes Mourão, Historiadora.